ANO DA FÉ (IV)
Em artigo publicado no L'Osservatore Romano, com o título
de “A grandeza de crer”, Dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho
para a Nova Evangelização, recorda várias intervenções de Sua Santidade o Papa
Bento XVI que são de palpitante atualidade.
O Arcebispo afirma que “pode-se falar de Fé como se se
tratasse de fórmulas químicas sabidas decoradas na memória. Sem embargo do que,
se falta a força da opção sustentada por confrontação com a verdade sobre a
própria vida, tudo se trinca. A força da Fé é alegria de um encontro com a
pessoa viva de Jesus Cristo que transforma a vida. Saber dar a razão disso,
permite aos crentes ser novos evangelizadores em um mundo que muda”.
A coerência entre aquilo que se crê e a vida diária é
lembrada por Dom Fisichella, uma vez que vivemos em uma época em que os modelos
e exemplos a seguir são cada dia mais necessários. Os jovens de hoje procuram
seguir alguém. Esse alguém, com maiúscula, é Jesus Cristo, mas, também é
verdade que lhe seguirão com mais facilidade na medida em que seus discípulos
sejam criveis.
“O mundo contemporâneo -afirma o Arcebispo- tem fome de
testemunhos. Sente uma necessidade vital de testemunhos porque procura
coerência e lealdade”, pois, conclui ele, “uma fé que suporta as razões do
coração é mais convincente, porque contém a força da credibilidade. Assim, o
desafio é poder conjugar a fé vivida com sua inteligência e vice versa”.
Saber raciocinar aquilo que se crê e dar as razões pelas
quais se crê é sem dúvida umas das tarefas pendentes em muitos cristãos.
Porque, como bem assinala Dom Fisichella, “sem uma sólida reflexão teológica
capaz de apresentar as razões de crer, a opção do crente não é tal. Fica numa
repetição de fórmulas ou de celebrações, porém não mantém a força da convicção.
Não é só uma questão de conhecimento de conteúdos, mas de liberdade”.
A verdade nos faz livres e a essa verdade é necessária
que apresente uma nova vitalidade em nossos tempos de crise.
Verão é também tempo para procurar pensar sobre a Fé,
sobre a saída para as crises mais profundas que nos castigam, porque, como disse
o Papa Bento XVI, “não serão as táticas que nos vão salvar... senão que uma Fé
pensada e vivida de um modo novo”.
(Continua na próxima
edição)
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