O atual contexto é de mudança, não somente na Igreja Católica, mas em toda a sociedade verificamos algum tipo de mudança. São fenômenos complexos e não se tem uma solução pra isso.
Percebemos que no âmbito religioso, atinge também as igrejas da Reforma. Não é algo especifico do Rio Grande do Sul ou do Brasil. Diz respeito ao mundo todo. O Doc de Aparecida nos números 37-44 fala da globalização, a qual atinge todos os povos e de modo especifico todas as instancias da vida e das pessoas.
Quando falamos em globalização, existem também outras expressões, a mais conhecida é pós-modernidade, ou um termo mais utilizado atualmente HIPERMODERNIDADE. Como descreve o Doc de Aparecida no n 13 “mais do que uma época de mudanças nossos dias experimentam uma verdadeira mudança de época”. Épocas de mudança tem efeitos menos abrangentes que as mudanças de épocas, pois esta ultima tem fatos novos. As mudanças de época caracterizam-se por novos elementos, os quais não estamos habituados. atingem o “julgar” e as vezes podemos ficar sem saber o que ver e como agir. As soluções passam a ter um caráter mais imediato, de curta duração. Vamos crescer na ação pastoral tentativas individuais, prejudicando uma pastoral do conjunto. Até parece que somos jogados para fora do navio. Cada um busca a sua tabua da salvação.
Uma das transformações é a passagem do eterno, do perene para o momentâneo, o passageiro. As coisas são vistas como não mais duradouras, como diz a canção ela são “eternas enquanto duram”. Exemplo, o matrimônio, o “até que a morte os separe” fica de lado são separações casais morando em casas diferentes... No aspecto religioso os dados apresentados pelo CECREI, apontam uma alta mobilidade religiosa, as pessoas mudam de religião de acordo com as conveniências. Esse fenômeno é também descrito por alguns como “TRANSITO RELIGIOSO” aonde algumas pessoas vão até o fim de suas vidas mudarem de quatro a cinco vezes de religião. São, portanto transformações de 180º. O fator individual pesa muito mais que o plural. É um período muito forte de individualismo e consequentemente das crenças. As pessoas são desafiadas a poder fazer o Maximo de escolhas e as vezes sem compromisso coletivo, ou com a sua comunidade. É uma verdadeira inversão de prioridades ou primazia nos critérios.
O que fazer com esta mudança de época?
Vemos algumas pessoas se agarrando no passado, vão viver um dado de fé de dez séculos atrás, o perigo é tornarem-se fundamentalistas. O outro extremo é o rompimento total com os dados centrais da fé. Fazem essa passagem tão rápida que acabem perdendo a própria identidade. Acontece porque as mudanças de época atingem os alicerces e diretamente as identidades. O que é ser cristão nos nossos dias, ser político, ser marido ou esposa, educador, pai ou mãe, ministro da eucaristia e assim por diante?
Mas as mudanças de época só têm coisas negativas? Não. São momentos muito importantes de crescimento pessoal e comunitário. Pedem uma revisão daquilo que é essencial em nossas vidas, em nossa identidade. O que é ser um bom profissional, amigo, cônjuge, uma pessoa de fé? Uma coisa é crer em Jesus Cristo, outra é vivenciar esta Fé.
As mudanças de época são sempre tempos propícios para se redescobrir que o contato pessoal e comunitário com a Palavra de Deus é “lugar privilegiado de encontro com Jesus Cristo” (DGAE 45). Não se trata de seguir modismos, de coisas passageiras, do descartável. O discípulo-missionário de hoje haverá de deixa a Palavra falar por si e, nela, encontrar o significado autentico de uma experiência salvífica que, na mobilidade e na transitoriedade desta vida, é convite constante à perenidade do Reino de Deus.
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